O que pode acontecer a médio e longo prazo, com nós, brasileiros?
São imensuráveis as catástrofes que devem acontecer, desde esgotamento da água até a extinção de espécies. Com o degelo das calotas polares, o nível do mar irá subir, cobrindo vastas áreas litorâneas, além de provocar também a escassez de comida, disseminação de doenças e mortes. Famosas praias, como Copacabana e Ipanema, sucumbirão ao Reino de Poseidon.
Qual a participação do Brasil no aquecimento?
O Brasil, ao mesmo tempo em que é um exemplo em fontes de energia renováveis, com uma matriz limpa, de energia hidrelétrica, ou álcool, ou biodiesel, desmata a Amazônia liberando uma grande quantidade de carbono no ar, o que lhe confere o 4º lugar no ranking dos que mais emitem Gases do Efeito Estufa (GEE).
E qual o contexto do país?
O Brasil tem uma posição privilegiada que pode lhe render uma liderança inédita no cenário internacional. Ele ocupa uma posição única; podendo reduzir suas emissões sem comprometer seu crescimento econômico, já que as emissões de outros países em desenvolvimento estão intrínsecas ao seu progresso. A exemplo, a China, que depende exclusivamente de suas indústrias de carvão para crescer, e se providências não forem tomadas logo, sérios problemas podem ocorrer, já que ela tem sua faixa litorânea baixa ao nível do mar. Então, o Brasil tem apenas ¼ das emissões vindas das áreas de energia e transporte, por conseqüente ¾ do desmatamento. Para se ter uma idéia, na média mundial o desmatamento ocupa 18% das emissões, aqui alcança aproximadamente 75%, representando 3% dos 4% das emissões mundiais. Outro ponto que nos faz contestar uma posição a frente, é o setor de combustível. Somos o país mais importante na produção de etanol, junto com os EUA. Nossa cana-de-açúcar, entretanto, tem cerca de 6 vezes mais poder energético, além do preço mais competitivo.
O que fazer então?
A primeira coisa é diminuir o desflorestamento. E isso, é possível. Para tanto, é preciso que políticas públicas ajam o mais rápido possível para erradicar as queimadas e derrubadas nas florestas brasileiras. A tarefa será árdua, pois são milhares de hectares para se fiscalizar, se administrar, mas ao perceber os “lucros” decorrentes dessa diminuição essa problemática tem mais chances de ser sanada. E a cobrança por parte da população se faz essencial.
Por Diêgo Lôbo